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9 de junho de 2013

Luzes na selva




 As luzes dessa cidade,
A alma desse lugar,
A solidão das ruas onde, à noite, costumo andar,
A avenida, descida, subida,
Os prédios lotados,
As casas vazias.
O carro passa,
As luzes piscam, brilham.
A cidade respira...

A noite nesse lugar
Não tem luar.
As luzes são luzes construídas.
O amarelo da cidade é de medo,
O negro da noite é de agonia.

Andamos solitários nas ruas dessa cidade,
Nas noites dessa cidade,
Entre as luzes que nos guiam.
O mendigo sente frio,
A prostituta levanta o vestido,
Enquanto o bêbado procura abrigo.
A cidade não chora,
Ela não se importa.
Mas não fecha as portas.
Acolhe, recolhe, encolhe
Mas não escolhe.

As marcas deixadas,
Passos já dados,
Lágrimas já derramadas,
Abraços,
Beijos,
São como as luzes,
Acendem e já se apagam.

A noite nessa cidade a guarda,
Tem alma,
Tem cor, som,
É um espetáculo,
Ator, espectador, cenário.
Ela não se importa com sua própria dor,
A cidade é selva,
O bicho-homem é o predador.