Você sabe
Eu te odeio
E te amo
Cometo o mesmo erro
Que condeno
O orgulho é fachada
E o prédio já desabou
Você esqueceu:
Acabou!
Cato os cacos
E farrapos
Junto os trapos
Quebro os trapos,
Choro os laços quebrados
Mudaria os versos,
Desesperados,
Se soubesse se ainda me ama
Porque o amor que tive
Ainda está intacto.
Quando é que você vem?
Vai deixar a mala lá fora?
E esquecer o que não te convém?
As mãos que não são as minhas,
Que há anos percorrem teu corpo.
Meu corpo,
Que não é outro,
É o mesmo que se encaixa ao teu
Nas noites de sono.
Esqueceu?
O sorriso que te pertenceu?
O olhar que te enterneceu?
Os dedos que enrolaram seus cabelos,
Os lábios que molhavam os seus beijos,
O intelecto que o enrijeceu.
Não finja que esqueceu.
Venha buscar, seu bobo,
Aquilo que nunca deixou de ser seu,
Não se contente com pouco.