"A emoção acabou, que coincidência é o amor. A nossa música nunca mais tocou."
Codinome Beija-Flor
Onde foi que eu me perdi?
Eu me perguntei. Eu me pergunto, com a mesma dúvida desoladora dos últimos dias. Onde foi que eu me perdi?
Lembro da inocência dos dias tranquilos, onde os cafunés eram abundantes e se excediam às cruéis despedidas. Nesses dias o amor (ainda) existia. E mesmo quando acabava, a esperança não dava lugar ao vazio. Há sempre uma nova estrada a ser percorrida.
Onde foi que eu perdi?
O encanto sutil dos encontros, o ajeito suave do cativar, a lentidão de se desnudar a alma e a alma alheia ser despida. O toque sincero e honesto nas pontas dos cabelos, o beijo... Os beijos! Ah, as incursões aos lugares onde a paixão poderia desabrochar, o calor dos corpos que se aquecem e o emaranhado de poesias que o amor traz.
Por onde andam os meus sentimentos?
O que foi feito do meu coração?
...
Pois há que se dizer que os cacos estão jogados. Perdeu-se a poesia dos últimos dias e a arte, que era o amor, era o amor, foi-se embora. Estamos blindados. Cadeados. Muralhas.