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26 de julho de 2014

A dança da sereia

Eu a vi dançando e, instantaneamente, fiquei de pau duro. Ela rodava, girava, balançava os seus longos cabelos e rodopiava o seu vestido vermelho. Seu corpo tinha as curvas mais simétricas que eu já havia visto em minha vida. Sua bunda e seus seios empinados marcavam o seu vestido e enchiam os meus olhos. Eu babava, em cima e embaixo. Ela percebeu o meu olhar insistente e grudou os seus grandes olhos de jabuticaba nos meus. Sorriu maliciosamente. Segurou a sua saia e maneirou no vai e vem. Eu me senti constrangido. Um mulherão daqueles deixa qualquer macho de quatro. Ela sacou o meu constrangimento e parou de dançar. Como uma deusa, uma musa, aquela mulher maravilhosa se aproximou. Passo a passo. Seu corpo remexia, suas coxas quebrando num vai e vem gostoso, os seios, que seios!, balançando suavemente. Eu imaginei aquela mulher na minha cama e me lembrei do meu “parceiro”, animadinho demais na minha calça. Tentei disfarçar. Ela se aproximou e me puxou pelas mãos. Eu dançar? Ela estava louca. Mas mais louco estava eu por ela. Mesmo sem jeito eu topei. Ela colou seu corpo ao meu e, naquele momento, acho que tive um orgasmo. Fui ao céu e voltei. Ela sabia que estava me deixando completamente maluco. Ela pegou as minhas mãos e as colocou na sua cintura. Começou a rebolar. Loucamente. Lentamente. Deliciosamente. Seus olhos de jabuticaba estavam colados aos meus. Sua boca, contornada por um provocante batom vermelho, esboçava um sorriso de satisfação. Ela sacou o meu desajeito e maneirou na condução. Eu comecei a requebrar. Segui seus passos. Girei. Rodopiei. Rodopiamos. Giramos. Eu a beijei. Ela me beijou. Nós nos beijamos. Loucamente. Lentamente. Deliciosamente. Passeei por todo o seu corpo com as minhas mãos nessa dança louca e então eu descobri...

Eu dançava, linda e rica. Leve e solta. Femininamente livre. Rodava, girava, balançava os meus cabelos e rodopiava com meu vestido vermelho preferido. Estava cansada dos olhares dúbios e das risadas mal disfarçadas. Todos me olhavam, mas nenhum me interessava. Até eu vê-lo. Seus olhos seguiam o meu rodopiar com ávido interesse. Mal conseguia esconder o seu tesão. O volume em sua calça se destacava. Os seus lindos olhos verdes contrastavam com a sua pose de babão. Sorri. Segurei a minha saia e maneirei no vai e vem. Um bofe daqueles, alto, sarado, barba a fazer e olhos verdes? Não há mulher que se aguente! Ele estava visivelmente constrangido. Hesitei. Parei. Seus olhos me chamavam. Seus braços fortes, o seu grande peitoral e o maravilhoso abdômen definido marcavam a sua camisa branca e as suas pernas grossas aumentavam o volume, que volume!, em sua calça. Eu me imaginei em cima daquele homem, tendo-o somente para mim. Caminhei vagarosamente e os seus lindos olhos verdes acompanhavam cada movimento meu. Eu o puxei pelas mãos e colei seu corpo ao meu. Senti todo o “impacto” e tive múltiplos orgasmos. Fui ao céu e voltei. Ele estava louco por mim e eu louca por ele. Peguei as suas mãos e as coloquei em minha cintura, com uma grande esperança de que ele se comportasse bem e não estragasse aquela noite, colocando-as onde não devia. Eu comecei a rebolar. Loucamente. Lentamente. Deliciosamente. Seus olhos verdes estavam colados aos meus. Seu rosto ainda estava com a mesma expressão de satisfação misturada à perplexidade. Ele estava desajeitado. Eu maneirei na condução. Ele me surpreendeu requebrando. Seguiu meus passos. Girou. Rodopiou. Rodopiamos. Giramos. Ele me beijou. Eu o beijei. Nós nos beijamos. Loucamente. Lentamente. Deliciosamente. Mas, ele resolveu passear em meu corpo com as mãos e então ele descobriu...

... Um volume em seu vestido! Aquela mulher maravilhosa era um homem. Percebi que todos me olhavam. Todos já sabiam! Seus olhos de jabuticaba me olhavam com ternura e receio. Seu corpo desfez o laço que, minutos antes, me deixou louco. Ela se virou. E eu escutava a música ao fundo. E eu percebia os olhares mal disfarçados e as risadas de canto de boca. E eu continuava hipnotizado pela sua bunda, que, apesar dos pesares, insistia em rebolar dentro daquele vestido vermelho. Cada passo que ela dava, parecia que a minha perna sucumbia de agonia. O meu corpo queria o seu. Ela sacou a minha indecisão e estacionou. Involuntariamente, dei um passo. E a música ao fundo. E os olhares mal disfarçados e as bocas paradas: um clima geral de apreensão. E a minha contínua hipnose por seu corpo rebolativo. Perdi as esperanças de um final racional. Voluntariamente, a minha mão pegou a dela. A sua mão. A mão da minha mulher maravilhosa. E a música ao fundo. Ela apertou a minha mão e rodopiou de volta para os meus braços. Eu a apertei. Todo o meu corpo tremia de excitação e ansiedade. Nós nos encaixávamos perfeitamente. E, surpreso, percebi minha perna rodando. Girando. Rodopiando. E ela me seguiu, a minha deusa dos olhos de jabuticaba e dos longos cabelos negros. Girando. Rodopiando. Sendo guiada pelos meus passos, já não mais inseguros. Dançamos. Loucamente. Lentamente. Deliciosamente. Apaixonadamente. E a música ao fundo. E os olhares escancarados e as bocas escandalosamente abertas de espanto. Sorrimos como dois doidos. Ela colocou a mão onde eu desejava e eu não me importei nenhum pouco em colocar a minha onde não devia.


Em meus pensamentos



Em minhas razões,
Meu amor se confunde com meu desejo
E meu corpo se confunde, une e exausta o seu.
Minha boca tem sede da sua,
E a minha pele, nua, tem saudade do calor da sua pele desnuda.
Meu amor é puro?
Eu me pergunto
E, por segundos, duvido.
Então me lembro do horizonte do seu sorriso,
O aconchego do seu olhar
E silencio as minhas dúvidas.

Em meus sonhos,
Antigos sonhos,
O amor seria uma calmaria,
Um barco ao relento,
Lento, mas não parado.
Meus pré-conceitos...

Pois em minhas expectativas,
O amor é doação,
Partilha
E compartilhar a tensão,
Tesão,
Pulsão,
Calmaria de sensações.

Em meu presente,
Vivo aquilo que acredito
E me regozijo.
Em minhas lembranças,
O amor tem um cheiro adocicado de noites silenciosas,
Deitado por sobre seus braços,
Tempo pausado,
Deleite prolongado:
Amor, pra mim, é você.