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15 de março de 2015

Assim...

Os cobertores... Ah, os cobertores... A metáfora perfeita de uma vida perdida (ou ganhada) em abraços, afagos e beijos. Os cobertores que cobriram os nossos corpos na primeira e na última vez não são os mesmos, mas os cobertores vem nos cobrindo e descobrindo, fazendo a cobertura de nossos abraços desengonçados e sendo cobertura de nossos corpos enlaçados. Viveríamos debaixo das cobertas, acobertados no infinito afago de nosso amor aberto e descoberto. Viveríamos dentro da colcha de retalhos das palavras que não dizemos e das milhares de letras que não precisaram ser ditas. Nós nos acobertamos dentro de nós mesmos, descobertos de qualquer segredo ou medo.


Mas, assim, nu, é melhor. Assim descoberto e já sem cobertura ou coberta. Assim, como só eu e você podemos ser. Únicos em suas imperfeições e detalhes perfeitamente arranjados. Certos e incertos de que é preciso virar o mundo de cabeça para baixo para entender o nosso amor. Confessos de que juntos ou afastados, nunca estaremos separados. 


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