Afogar-me-ei em seu corpo, moço
E, em louvor, afagarei seu rosto,
Na sofreguidão de minhas mãos massagearei seu dorso,
Em êxtase, sem pressa, mergulhado em nosso esforço,
Levar-te-ei ao gozo,
E por fim, desfalecerá tua cabeça em meu pescoço.
Nesses frios de inverno, moço,
Aqueço sua alma com meu corpo
E desnudo-me, em pelo, em frente ao seu olho.
Feche as pálpebras, garoto,
Homem, menino, moço.
Cantar-te-ei meu verso insonso
Nessas rimas pobres em riqueza
E ricas em desgosto.
Mas deixa-me,
Deixe-me arder nesse seu fogo, moço,
Que a noite é longa
E o nosso desejo de amor, duradouro.
Leve essas palavras,
Moço!,
Sem julgá-las.
Delicie-se com os versos
Proferidos, concedidos, comedidos
Em sua falta de nexo
E que seu calor sobre o meu calor
Não profanem o sacramento do nosso sexo.
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