Ultimamente as minhas poesias estão voltando ao ritmo melancólico de sempre. Não escrevi aqui que a poesia nasce em mim e , mesmo eu tendo o poder de escolher sobre o que quero escrever, só ela decidi se vai ser uma poesia ( pode até mesmo ser um poema ) melancólica ou alegre. Isso depende bastante do que eu estou sentindo no momento que eu escrevo pois os meus sentimentos caem direto na poesia. Só escrevo sobre o que eu sinto, ou sobre quero sentir.
Já faz um tempo que escrevi essa poesia falando sobre o sentimento de perda após um término de uma relação e a renovação diante de uma nova relação. Também fala sobre a percepção de que o fim de uma relação não significa apenas perda, também significa ganho. Quando conhecemos alguém mais a fundo essa pessoa nos ensina muito e nós também damos várias lições a ela.
Essa poesia é daquelas que eu disse que queria sentir. Já passei por várias relações de amizade, mas nada algo profundo como um amor daqueles que a gente não se esquece. Mas… como postarei em outra hora, a calma desesperadora rege o meu ser.
25 de novembro de 2010
Cuida de mim
Cuida de mim?
Cuida?
Cuida, eu fui abandonado por meus pais
Que já não querem saber da minha vida mais
Eu deixo você cuidar de mim
Mas não queira me mandar, pois ainda sou dos meus pais
Eu não to carente
Só quero alguém pra conversar
E jogar pedra no rio
Meu pai fazia isso comigo...
Quero um abraço depois de te contar o meu dia
Como há alguns anos minha mãe fazia
Sou obrigado a os respeitar
E calar...
Nessa poesia venho desabafar
Mas ainda quero alguém pra me cuidar...
22 de novembro de 2010
Instinto animal
Agora estou calmo
Daqui a alguns minutos posso não estar
E se você me quer, gato, vai ter de aturar
Às vezes gosto de ser mandado,
Sempre gosto de te comandar
E nunca serei submisso a você
Sou como a um animal e nunca irão conseguir me prender
Sou livre como um pássaro
Sou feroz como um leão
E se me decepcionar verá a velocidade de um guepardo
Se me tratar bem
Terá a fidelidade de um cão
O mistério e a sensualidade de um gato
Mas, sempre, a rapidez e a inquietude de um beija-flor...
Não crie rotinas
Não me prenda em jaulas
Meu instinto animal não gosta da mesmice
E, para fugir, Deus me deu asas
E se você me quer, gato, vai ter de aturar
Às vezes gosto de ser mandado,
Sempre gosto de te comandar
E nunca serei submisso a você
Sou como a um animal e nunca irão conseguir me prender
Sou livre como um pássaro
Sou feroz como um leão
E se me decepcionar verá a velocidade de um guepardo
Se me tratar bem
Terá a fidelidade de um cão
O mistério e a sensualidade de um gato
Mas, sempre, a rapidez e a inquietude de um beija-flor...
Não crie rotinas
Não me prenda em jaulas
Meu instinto animal não gosta da mesmice
E, para fugir, Deus me deu asas
21 de novembro de 2010
Incógnita
Eu fui feito para que duvidem
Feito para que rejeitem
Para que às vezes amem e aceitem
Fui feito da incógnita
E da vitória
Eu gosto das cores
Gosto da falta delas.
Eu sou a dualidade do ser
Sou a existência do meu viver
Fui feito por dois corações
Fui feito por dois corpos
Fui criado por duas mãos
E planejado por uma mente
Eu...
Eu não sou sozinho
Sou companheiro e sou amigo
Eu...
Eu não sou por todo amor
Sou ódio
Sou tristeza, sou dor
Sou um ser humano que voa
Nestas linhas
Que desenha figuras pela mente
Do leitor atencioso
20 de novembro de 2010
Feliz dia… Dia do que?
A sorte fez com que ainda não me deparasse com a violência contra os “diferentes”, a chamada HOMOFOBIA. Apelidos aqui, brincadeira e piadas idiotas de lá e não passa disso. Mas sei que não é assim em todos os lugares. Sei que existem pessoas que se sentem ofendidas com a sexualidade alheia e matam, violentam, espalham o horror…
As Igrejas, aquelas que foram criadas para espalhar o amor, a caridade, a união, condenam, nos levam a um inferno que, normalmente, so iríamos nos deparar após a morte.
Pensando nisso eu até consigo entender o temor dos nossos pais ao assumirmos sermos “diferentes” da maioria da população, imagino eles assistindo os telejornais e vendo o número de mortes devido a homofobia, a dor no coração ao pensar que um dos mortos poderia ser nós, seus queridos filhos!
Sim, é preciso muita coragem para assumir a homossexualidade numa sociedade que não respeita a diversidade…
As Igrejas, aquelas que foram criadas para espalhar o amor, a caridade, a união, condenam, nos levam a um inferno que, normalmente, so iríamos nos deparar após a morte.
Pensando nisso eu até consigo entender o temor dos nossos pais ao assumirmos sermos “diferentes” da maioria da população, imagino eles assistindo os telejornais e vendo o número de mortes devido a homofobia, a dor no coração ao pensar que um dos mortos poderia ser nós, seus queridos filhos!
Sim, é preciso muita coragem para assumir a homossexualidade numa sociedade que não respeita a diversidade…
Feliz dia... Dia do quê?
Corações por toda a parte,
Pelúcias fofas... Com corações!
Garoto, garota de mãos dadas, ou se beijando...
Está chegando o Dia dos Namorados
Um poema de amor para o meu amor?!
Praça e sorvete no domingo?
Beijos na praça no sábado?
Garoto e garota na mais perfeita sintonia, amando?
Tirando suspiros dos mais velhos, vontade nos mais novos e contemporâneos?
Não!
Um poema de desejo, desejo que sinto pelo meu garoto...
Na escuridão das ruas de domingo, onde a falta de olhares permite que nos amemos
Nas baladas de sábado,onde as luzes do arco-íris cegam nossos beijos.
Dois garotos transpirando desejo, respirando amor...
Amando escondidos, para não assustar os avós, não receber pedradas dos inimigos!
Minha maior prova de amor, meu gato, não é algo material!
É te oferecer minha coragem para que, juntos, enfrentemos o mundo!
E, hoje, fujamos do medo!
Hoje lhe ofereço um sorvete, um lugar no banco da praça...
Hoje lhe ofereço minha reputação, a minha imagem...
Porque... EU TE AMO
Author:
Guilherme Freire
Label:
amor,
diferente,
homofobia,
homossexualidade,
mundo,
sexualidade
19 de novembro de 2010
Alegria, alegria, alegria…
Exalto a alegria
Como um alcoólatra exalta a bebida de cada dia
Me delicio e provo
Lentamente
Explosivamente
O desejo louco de pular e gritar
Às vezes confundo a alegria com romance
Fico alegre com o pôr-do-sol
E fico alegre com os arco-íris
A alegria alheia traz a alegria minha
E gosto de dividir
Abraçar
Pular
Gritar
De alegria
Exalto a alegria
Como um faminto exalta a comida
Mas só sou faminto de felicidade
Pois alegre sou todos os dias
Amigos
Balas
Doces
Alegria, alegria
O barulho da chuva!
Tem coisa melhor que o nascimento de um dia?
Alegria, alegria
Sinta, reflita e respire
Um novo dia de uma alegria
18 de novembro de 2010
Sempre juntos
Não escrevo para que se assustem…
Não escrevo para chocar e criar polêmica… Escrevo simplesmente para expressar, para tentar fazer com que compreendam. Tento alcançar o respeito mútuo, tento alcançar a igualdade por meio das minhas linhas e… Não, não se choquem com a foto acima, não se choquem com a poesia abaixo, uma poesia de esperança aos que sofrem nas mãos de carrascos ignorantes, é apenas amor! Um amor diferente do tradicional. Nem melhor, nem pior, apenas DIFERENTE.
Abaixo, a poesia SEMPRE JUNTOS, uma mensagem de esperança utilizando as cores (e o significado das mesmas) da bandeira do Orgulho Gay.
Amor...
Amo te amar
Mas te amar me faz sofrer,
Me faz chorar
To pensando em desistir de ti
Não agüento mais a confusão que provocamos aqui
Quero o inferno que me está aguardando
Se prometer ir comigo e lá continuar me amando
Nessas ruas já sorrimos,
Já cantamos e beijamos
Mas nessas ruas já sofremos,
Já choramos e até apanhamos...
Prometi sempre te amar
E estar sempre contigo
Mas não sei se consigo ser fiel a esse seu pedido
Não agüento mais tudo isso!
Amor...
Não fique tão triste assim!
Se agarre à luz da esperança
Porque a nossa história não tá nem perto do fim!
Saiba que o amor de Deus
A tudo cura,
Nossas lágrimas de dor,
Nossas feridas ganhadas nessas ruas
E se precisar de um abraço,
Conte sempre comigo,
Pois faça sol ou faça chuva
Sempre estarei contigo,
Como seu namorado, mas também como seu amigo...
E tenha calma,
Saiba que um dia tudo isso acaba...
Quando fugirmos e estivermos juntos
Sozinhos, naquela montanha que será nossa casa...
Pintando a arte de viver
E no final
Com o espírito renovado
Poderemos dizer:
Sofremos, sim!
Mas sempre estivemos juntos, lado a lado!
17 de novembro de 2010
A luz no escuro
No começo tudo era escuro
Tudo era escuro no inicio
Fim e meio do começo
O escuro é a ausência de luz...
Mas não existia luz!
Então era tudo escuro
Então eis que surge a luz
E o escuro perde seu tudo
Nem tudo é escuro
Só se é escuro onde não tem luz
O escuro vira apenas um ausente
E a luz, soberana, ri do escuro, o diferente
E o que é diferente causa medo
O mundo não entende
A luz cria, então, o escuro submundo:
Tudo que é bom é claro
Tudo que é ruim é escuro