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14 de novembro de 2014

Elementar, meu caro

Elementar, meu caro Watson. Elementar. Essa vida que passa voando e eu aqui, meu caro. Nós aqui. Nesse redemoinho sem emoções. Ou de emoções. Emoções fingidas, vendidas, compradas, revendidas, exportadas. Essa autossuficiência desenfreada. Esse não querer mais o bem querer. Então eu sou fraco, meu caro. Porque gente dependente de gente. Porque carente. Porque doente de amor. Porque independente dessa bolha de plástico de [in]diferença que nos afasta. Nessas vozes hipócritas que gritam por mudança. Gritam. Gritam. E se calam. Morrem, porque não agem. Afastam, porque só condenam. Nessas vozes infantis que gritam, esperneiam, berram, choramingam para que tudo continue igual. Elementar, meu caro. Esses rótulos de garrafa que foram jogados e espalhados. Distribuídos. Todos pegaram. Eu não quero mais, meu caro. Não sou obrigado. Não quero moldes, nem predefinições. Não quero destinos certos. Não quero certo e errado. Quero o incerto. Quero o meu completamente errado. Porque se errei é porque fui contra tudo o que dizem. Se errei eu fiz o que quis. Sofri. Dependi. Pequei. Fodi. Me fodi. Fui fodido. Proibido. Censurado. Mas fui eu. Acertei, no final. Sem certo, sem errado. E isso é elementar, meu caro. Elementar!


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