A alegria de alguns sorrisos descabidos,
Nesse cabide, como é mesmo que chamam?
Normalidade!
O exagero destes gritos,
O excesso das duras verdades,
Desse chão duro em que pisam.
Como é mesmo o nome?
Realidade!
Pois que deixem-nos em nossas risadas escandalosas
Nós somos jovens,
Tão jovens.
Melódicos em nossas canções,
Somos tão tristes em nossa tristeza:
O exagero é nosso por direito,
Nossa maior qualidade,
Nosso mais notório defeito.
Um sexteto de instrumentos diversos
Mas de harmonia congênita:
Temos violas de cordas que se preocupam,
Tubos de um trombone que se anseia
E toca, nervoso,
Pelas teclas do piano que se alheia
E o violino, tão sensível,
Entrega as notas mais sofisticadas a toda e qualquer sereia.
A cantora dá risadas,
E o silêncio escuta, sereno, alheio, pequeno,
Entra e sai,
É intruso, mas também faz parte do concerto.
São plantas,
Sensíveis à temperatura,
Com galhos para todos os lados,
Mas de raízes profundas.
Vêm e vão,
Caem as folhas no inverno,
Mas se alegram na primavera
E a estação das flores sempre perdura.
Enroscam-se,
E uma planta a outra segura,
Mesmo pesadas, uma a outra não derruba.
Nestes estribilhos,
Nada foi aclarado,
Tudo, escurecido.
E já explico quem são,
E entenderá o motivo,
Tão óbvio quanto um axioma, meu caro,
São os meus melhores amigos!
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