Copyright © Palavra-poeta
Design by Dzignine
7 de abril de 2011

Quarto bagunçado

 
 
Espelhos quebrados por todo o quarto
Espalhados, esparramados...
Para todo o lado
E em cada canto mais um pedaço
Não só no quarto...
Também nos corredores, nas salas, no telhado.




Cada pedaço é minha alma despedaçada
E cada vez mais desintegrada
Espalhada em cada lugar, cada pessoa, cada dia

Folhas rasgadas e espalhadas
Algumas sem nada, outras com poucas palavras
Dentro da caixa

Cada folha é minha fala
Calada ou fragmentada
Que não quer dizer mais nada
Que não quer incomodar quem resolveu comigo seguir a estrada

E sigo o meu caminho
Calado
Fragmentado
Não sei se afugento ou se correram de mim os que estavam ao lado
Porque há, dentro de mim, um elástico
Às vezes diminuído, por vezes aumentado

Já não sei mais distinguir os meus estados
O elástico me deixa exagerado
Não sei se sinto de fato
Ou o que acho que é de fato é fato exagerado

Só sei que no chão deste quarto há propagandas de cigarro
Estou à procura de algo para se depender
E se perder
Quero algo pro mundo esquecer
Quero o meu espelho remendado
As minhas folhas escritas
Quero o elástico cortado
Mergulhado no excesso de alguma nicotina...

0 comentários:

Postar um comentário