Vivemos em um mundo que não nos parece perfeito e nós sonhamos com um lugar
ideal e nos perdemos. Nós somos a esperança do mundo, mas o próprio mundo não dá
espaço para as nossas esperanças. Nós somos o futuro do mundo e somos obrigados
a seguir a regra do presente. Estamos cansados de regras de como se comportar,
o que comer, o que fazer, o que falar, o que seguir, qual Deus cultuar. Estamos
cansados da confusão dos adultos, suas brigas, suas discussões e suas regras
ambíguas. Às vezes nós nos sentimos mais fortes e mais inteligentes que os
nossos pais e queremos mudar as suas tradições. Somos a geração dos
reformadores sem armas...
Somos jovens em busca de um destino. Queremos nos livrar de todas as
amarras da sociedade e essa busca só faz com que fiquemos cada vez mais
amarrados à ela. Às vezes o próprio Deus no qual buscamos refugiar-nos não nos
acolhe. Esse Deus nos é apresentado como Bondoso e Acolhedor, mas vemos que
esse Deus também possui regras. E esse Deus condena a sexualidade que aflora
cada vez mais em nossos corpos. De esperança do mundo passamos à “juventude
perdida”. Queremos afetividade e queremos descobrir o prazer em nossos corpos e
somos recriminados por isso. E então muitos fogem de Deus. Mas será esse o Deus
que dá o corpo e só aceita a sua união para a perpetuação da espécie? Somos a
geração dos questionadores sem voz.
“Jovens e com uma vida inteira pela frente”, é o que dizem os adultos. E,
cada vez mais, são os pais que enterram os seus filhos. “Tão jovem e assim, tão
sem forças”, dizem, mais sabiamente, alguns adultos. Somos uma geração sem
forças. Somos uma geração sem sonhos. Somos uma geração sem identidade e nos
refugiamos em qualquer coisa que nos dê prazer. Fazemos sexo sem compromisso,
por querer prazer sem cobranças. E a droga é o abraço que nos reconforta e nos
dá prazer para tirar todo o pouco que temos e nos jogar na lama. A droga e o
sexo irresponsável foram o refúgio que muitos da nossa geração encontraram.
Mas, eis a verdade maior: somos a geração da incerteza! Vivemos em um mundo
em constante mudança, um mundo em intensa competitividade e temos que provar a
cada segundo que somos dignos de atenção. Vivemos onde dinheiro é sinônimo de
poder: queremos armas para reformar, queremos voz para questionar e tentamos
consegui-los através do dinheiro. E vemo-nos presos numa luta para o poder, e a
depressão, da qual tanto fugimos, nos pega de surpresa. E, caídos, mesmo os
mais inteligentes ou ricos se refugiam nas mesmas drogas e sexo irresponsável
dos que não têm oportunidade.
A pressão é grande, não somos tão fortes assim e poucos sobrevivem. Somos a
geração dos pseudo-fortes e, aqueles que sobrevivem, são os que têm coragem de correr
para aquilo que é considerado fraqueza: o amor! O amor é vendido pela mídia mas
bobos são os que acreditam que o amor pode ser comprado. O amor é a força
vestida de vulnerabilidade e fraqueza. O amor não é refúgio, o amor é a força
que move os fortes sobreviventes dessa geração sob pressão!
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