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22 de fevereiro de 2012

Geração dos frustrados



Vivemos em um mundo que não nos parece perfeito e nós sonhamos com um lugar ideal e nos perdemos. Nós somos a esperança do mundo, mas o próprio mundo não dá espaço para as nossas esperanças. Nós somos o futuro do mundo e somos obrigados a seguir a regra do presente. Estamos cansados de regras de como se comportar, o que comer, o que fazer, o que falar, o que seguir, qual Deus cultuar. Estamos cansados da confusão dos adultos, suas brigas, suas discussões e suas regras ambíguas. Às vezes nós nos sentimos mais fortes e mais inteligentes que os nossos pais e queremos mudar as suas tradições. Somos a geração dos reformadores sem armas...

Somos jovens em busca de um destino. Queremos nos livrar de todas as amarras da sociedade e essa busca só faz com que fiquemos cada vez mais amarrados à ela. Às vezes o próprio Deus no qual buscamos refugiar-nos não nos acolhe. Esse Deus nos é apresentado como Bondoso e Acolhedor, mas vemos que esse Deus também possui regras. E esse Deus condena a sexualidade que aflora cada vez mais em nossos corpos. De esperança do mundo passamos à “juventude perdida”. Queremos afetividade e queremos descobrir o prazer em nossos corpos e somos recriminados por isso. E então muitos fogem de Deus. Mas será esse o Deus que dá o corpo e só aceita a sua união para a perpetuação da espécie? Somos a geração dos questionadores sem voz.


“Jovens e com uma vida inteira pela frente”, é o que dizem os adultos. E, cada vez mais, são os pais que enterram os seus filhos. “Tão jovem e assim, tão sem forças”, dizem, mais sabiamente, alguns adultos. Somos uma geração sem forças. Somos uma geração sem sonhos. Somos uma geração sem identidade e nos refugiamos em qualquer coisa que nos dê prazer. Fazemos sexo sem compromisso, por querer prazer sem cobranças. E a droga é o abraço que nos reconforta e nos dá prazer para tirar todo o pouco que temos e nos jogar na lama. A droga e o sexo irresponsável foram o refúgio que muitos da nossa geração encontraram.

Mas, eis a verdade maior: somos a geração da incerteza! Vivemos em um mundo em constante mudança, um mundo em intensa competitividade e temos que provar a cada segundo que somos dignos de atenção. Vivemos onde dinheiro é sinônimo de poder: queremos armas para reformar, queremos voz para questionar e tentamos consegui-los através do dinheiro. E vemo-nos presos numa luta para o poder, e a depressão, da qual tanto fugimos, nos pega de surpresa. E, caídos, mesmo os mais inteligentes ou ricos se refugiam nas mesmas drogas e sexo irresponsável dos que não têm oportunidade.

A pressão é grande, não somos tão fortes assim e poucos sobrevivem. Somos a geração dos pseudo-fortes e, aqueles que sobrevivem, são os que têm coragem de correr para aquilo que é considerado fraqueza: o amor! O amor é vendido pela mídia mas bobos são os que acreditam que o amor pode ser comprado. O amor é a força vestida de vulnerabilidade e fraqueza. O amor não é refúgio, o amor é a força que move os fortes sobreviventes dessa geração sob pressão! 

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