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29 de novembro de 2012

Desamor




Você age como se não importasse
Por trás dessa máscara esconde-se a submissão:
Todas suas ações necessitam da minha permissão,
Você necessita da minha constante aprovação.
Você age como se fosse independente,
Mas tenho você em minhas mãos.

Você parece tão indiferente,
Age como se fosse autossuficiente,
Gosta de manter uma máscara de frieza.
Comigo age tão diferente,
Chora por qualquer coisa
E implora por uma conversa.

Você desdenha de quem ama
Mas implora pelo meu amor.
Gosta de manter uma pose de equilibrado
Mas adora um drama.
Não passa de um exagerado.

Você age como alguém que sabe demais
Mas é um estúpido,
Duvida de tudo que eu digo.
Nunca entende, mas eu repito...
...E você continua sem entender!
E se cala.

Você age como se não importasse
E por mais que eu demonstre que eu me importo
Você sempre duvida:
Pra você o meu amor nunca vai passar de uma mentira.
Eu nunca menti
Eu te amo,
Mas você não precisa de mim!


25 de novembro de 2012

Sou seu




Eu não preciso guardar suas palavras
Para lembrá-las
Você não precisa estar em curta distância
Para que eu esteja em sua posse.
Sou seu.

Você não precisa prometer me amar
Para me conquistar
Você não precisa se preocupar com idade
Para ter-me em intimidade
Sim, sou seu.

Eu não preciso do seu beijo
Pra que você esteja em meu pensamento
Você não precisa de beleza extrema
Pra que a minha alma lhe pertença
Sempre fui seu.

Eu não preciso da sua ausência
Pra sentir falta da sua presença,
Tenho uma saudade que aperta mesmo em sua companhia
Pois você, presente ou ausente, já faz parte da minha vida.
Ainda sou seu.

Você não precisa ser meu
Para que eu seja inteiramente seu
E não precisa prometer
Pra me convencer.
Eu não preciso me convencer:
Já sei que estou destinado a te perder.
E, mesmo assim...
Ainda amo e pertenço a você!

22 de novembro de 2012

Quero ser alguém


Quero ser alguém
O que ou quem eu não sei
São inúteis as perguntas
Permita-me a dúvida.

Quero ser alguém
Mas nem quem sou eu sei
E não mais tento
Já perdi a conta dos erros.

Quero ir
Não sei, porém, pra onde devo seguir
Nem sei quem sou
Como ouso querer saber pra onde vou?

Quero certezas
Entretanto incerta é a minha natureza
Não sei o que quero ser
E me resigno a não entender.

Acho que sou um enigma
Que a mim já não mais intriga
Quero ser alguém
Essa é a minha única certeza minha.


18 de novembro de 2012

Juventude Perdida




Nós só precisamos de um pouco de amor
O mundo gira ao nosso redor
Por sermos o que somos.
Não nos preocupamos:
Nós só precisamos de um pouco de amor.

Somos jovens e solitários
Estamos vazios e entediados
Não acreditamos, não oramos, não somos irmãos
Tiraram a nossa juventude,
Deturparam as nossas canções.
Estamos alienados,
Sem som, sem confiança e sem coração.

Catamos cacos
E fazemos vidros rachados.
Somos potes sem serventia,
Depósitos de corações partidos, solidão e bebida.
Quebrados,
Potes humanos paradoxais
Vazios e completamente cheios.

Nunca morreremos
Como os outros, deixamos nosso legado.
Sem imitar o passado,
Deixaremos a lembrança da dor...
15 de novembro de 2012

Amor obsessivo



"O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de
você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe
dava de graça). O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo
apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais
uma vez que fosse.
Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa por você. Ele olha para você
como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia
amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem
para você. Você está um caco, irreconhecível até mesmo aos seus próprios olhos.
Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obsessão amorosa – a completa e
implacável desvalorização de si mesma."


Elizabeth Gilbert - Comer Rezar Amar