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8 de novembro de 2011

Contra o mundo


Eu sufoco os meus gritos dentro dos meus silêncios. Às vezes eu os sufoco dentro dos meus sorrisos. Tenho certeza que todos se assustariam ao ouvir o meu grito sufocado; o seu vigor é desproporcional à minha aparência. Eu seguro todas as obscenidades e palavrões em minha mente. A ética e a educação são leis ditatoriais inatas do meu ser e, me diz, como desobedecer a uma ditadura sem sofrer duras penas? Eu sou escravo da reputação, sou escravo da imagem social. Vivo me preocupando tanto... E ainda estou tentando reparar os erros das vezes em que joguei tudo para o ar. Sou um escravo da sociedade que me reprime.

Mas costumo me vingar... A minha vingança é não me entregar. NUNCA! Odeio todos eles. E, mesmo sendo tão conveniente, sou eu contra o mundo. É apenas superficial o que sabem de mim. Não, as minhas profundezas são impenetráveis. Não falem “ah, eu te conheço!”. Ninguém me conhece! Ah, doces ilusões! É apenas superficial o que sabem de mim. E o mundo pode me oprimir, mas sei que sempre vai haver algum cordeiro desgarrado como eu. Iremos ser força um do outro. E já não serei mais eu contra o mundo. Seremos nós contra o mundo. E iremos fugir de tudo. E NUNCA iremos nos entregar, seremos sempre criminosos. O que mostraremos sobre nós aos outros será apenas superficial. E o nosso crime será sermos inconvenientes: sem seguir padrões, sem seguir conselhos e NUNCA entregar as nossas profundezas ao conhecimento alheio! 

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