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17 de outubro de 2011

Tristeza concreta




Quem disse que a tristeza é algo abstrato?
Quem será que duvidou que a tristeza é concreta?
Uma coisa eu sei
Não era poeta!
Algum insensível, talvez
Que nunca tenha perdido alguém que um bem lhe fez.

Quem disse que a tristeza é abstrata
Com toda a certeza não ficava triste com nada
Mas também deve que não era otimista
Pois abstrata também não é a alegria.



Quem disse que a tristeza é abstrata
Nunca viu o céu chorar pela partida de uma pessoa amada
Pessoa essa que nada tem de abstrata.
A tristeza é concreta
É, das horas incertas, a amiga certa!

Discordo inteiramente da abstração da tristeza
Pois sei que ela pode se tornar uma companhia concreta
Mas, não sendo companheira de longa data,
Ela não é de toda má.
Ela nos faz fortes pra sentir
E vulneráveis pra pensar.
Sentir nesse mundo de falsos fortes e machistas
Onde homem não chora
E, imitando os homens, vivem muitas meninas.
Pensar num mundo onde a ação
Vem antes da reflexão.

Queria eu, porém, que não fosse assim
Que não precisássemos perder alguém para sentir
Aqui estou, forte sentimentalista,
Porém orgulhoso de não ser o pivô de uma sociedade machista.

Essa é por e para todos aqueles que se foram
Mas que não morreram
E deixaram-nos, então, essa lição
Nunca morre a pessoa que cativou algum coração!






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