Há, dentre as cores, aquelas que se destacam,
Algumas que deveriam trazer vergonha e culpa.
Há de se ver, porém, que o ódio vermelho que te marca
Não é cor ou fato que me preocupa.
Sou aquele que provoca o seu horror,
Sim, eu sou um homem de cor.
Há, dentre os homens, aqueles que se destacam,
Muitos que se atolam em ignorância,
Julgam, matam e humilham aquilo que denominam ‘raça’.
O que nos aflige também é o que nos cansa.
Indagamo-nos: convencimento ou falta de conhecimento,
Julgar um e outro por um simples pigmento?
A antipatia à nossa cor é implícita,
Nossa altivez, nossa cor: explícita!
E não são eles os bravios,
Brancos, fortes e destemidos?
Do que têm medo?
Serem presos por ódio a um negro?
Não são eles a quem nada abala?
Do que têm medo?
De uma simples senzala?
Há, dentre as cores, aquela que nos define:
O negro, o escuro...
A ausência de cores deste mundo,
Em que a união suprema e soberba de todas elas não nos
atinge.
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