Me atiro na lua deserta.
Vago no seio da Terra.
Eu sou mais um poeta.
Eu sou mais um poeta.
Jovem Poeta:
Da lua eu vim,
E a minha volta à lua é certa.
Eu sou mais um poeta.
Pedro Pádua:
Cansado de andar em uma esteira estragada.
Cansado de andar em uma esteira estragada.
Gastando sola do meu sapato de cor amarela.
Eu sou mais um poeta.
Eu sou mais um poeta.
Jovem Poeta:
Cansado de andar atrás de amor
Sem mapa, sem estrada, sem seta.
Sim, eu sou mais um poeta.
Pedro Pádua:
Às vezes, corro contra a corrida.
Me desabo na decida, da ladeira mau cuidada.
Sem dó, nem piedade,
Arranco todos os dentes dos covardes.
Como faz um sádico e um psicopata.
Não tenho sangue frio, nem provoco calafrios.
Sou apenas mais um poeta.
Jovem Poeta:
Vivo sufocado.
Sou um psicopata sentimental,
Sou um sádico que não busca o mal.
Vivo em meio à minhas águas turbulentas,
Inconstantes,
Apaixonantes
E inquietas.
Sou apenas mais um poeta.
Pedro Pádua:
Subo as escadas do meu passado sombrio.
Vejo uma mulher morrendo de lepra.
Sou mais um poeta.
Sou mais um poeta.
Jovem Poeta:
Desço as escadas do meu presente entediante
E resolvo seguir uma estrada incerta.
Sou mais um poeta.
Pedro Pádua:
Palavras marcantes eu sei escrever.
Coisas vazias, eu tenho a dizer.
Eu sou mais um poeta.
Coisas vazias, eu tenho a dizer.
Eu sou mais um poeta.
Jovem Poeta:
Sentimentos eu sei descrever.
Lágrimas que choro viram palavras.
Eu sou mais um poeta.
Pedro Pádua:
Às vezes, na escuridão, encontro a luz.
Corro pra cama e me escondo, embaixo da coberta.
Eu sou mais um poeta.
Corro pra cama e me escondo, embaixo da coberta.
Eu sou mais um poeta.
Me abrigo na cama daquela.
Que um dia rejeitou o poeta.
Que escreveu coisas lindas para a agradar.
Que um dia rejeitou o poeta.
Que escreveu coisas lindas para a agradar.
Jovem Poeta:
Por vezes me sinto sozinho.
Busco, então, um pouco de carinho.
Eu sou mais um poeta.
Faço pacto com o diabo
E durmo no quarto
Daquele que rejeitou minhas lágrimas em versos.
Pedro Pádua:
Agora, não quero nem saber.
Vou escrever e escrever.
Sem medo de morrer.
Ou do dia amanhecer.
Pois, sou apenas mais um poeta .
Que você acabou de conhecer.
Vou escrever e escrever.
Sem medo de morrer.
Ou do dia amanhecer.
Pois, sou apenas mais um poeta .
Que você acabou de conhecer.
Jovem Poeta:
E nessa estrada solitária.
Na poesia escrita por lágrimas
Deixo a minha marginalidade.
Busco a verdade, sem medo
Mas também guardo segredos.
Sou apenas mais um poeta
Porém acompanhado do seu marginal companheiro!
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