Eu não vou falar que sou da época onde o romance era algo mais valorizado. Não vou ser hipócrita. Nasci em pleno final do século XX e, nessa época, o modo como o romance era encarado estava criando raízes para se tornar o que é hoje. Posso falar que na minha época as crianças não começavam a encarar o beijo, o amor, o sexo e todas essas coisas tão cedo. Não estarei mentindo ao dizê-lo. Pelo menos não uma mentira deslavada. Quando criança tínhamos contato com o amor, com o beijo, mas não ainda com o sexo. Mas era uma coisa inocente. O nosso “amor” era troca de alianças daquelas que vinham nos chicletes. Os nossos beijos não passavam de selinhos. O sexo... Bem, o sexo... Ah, o sexo é aquela história, né. Todo mundo tinha uma época para descobrir o sexo. Mas uma coisa era certa: a da maioria de nós era antes da primeira aula sobre o assunto. E nessa aula todo mundo ficava sem graça, mesmo que quase todo mundo já soubesse muito bem sobre um pouco disso tudo. A infância da minha geração foi pura, apesar dos pesares.
E, agora adolescentes, a gente vive falando sobre como as
crianças estão “apressadinhas”, como as crianças eram diferentes na nossa
época. Bem, essas crianças somos nós. Não foram elas que mudaram, foi a geração
que mudou. Sei que nem todos colocam a culpa nas crianças. Sei que muitos sabem
que o mundo está mudando cada vez mais. A repressão que a Igreja faz do sexo
está cada vez mais caindo por terra mas sinto que essa libertinagem está sendo
meio desacompanhada de responsabilidade. Claro! Tudo que é reprimido faz mal.
Mas está tudo sendo liberado de forma desordenada. Acredito, ou melhor, tenho
certeza que a maioria das crianças que vejo por aí beijando, sendo acariciadas,
namorando, não tem nem um pouco de maturidade e responsabilidade para arcar com
as conseqüências dessas atitudes. Quem sabe se conseguissem segurar a inocência
das crianças até a época que conseguiram segurar em nós?
Quem sabe não aproveitar esse clima de liberdade sexual e novidade para falar com elas sobre sexo, de maneira responsável, é claro, mas falar. Os pais acho que seriam os melhores pra encarar esse papel. A escola tem que fazer isso, claro, mas acho que é muito melhor pros filhos escutarem seus pais falando abertamente sobre isso. Como já disse, tudo que é reprimido faz mal. Pais reprimidos geram filhos insatisfeitos, que não sabem lidar bem com a área sexual.
Quem sabe não aproveitar esse clima de liberdade sexual e novidade para falar com elas sobre sexo, de maneira responsável, é claro, mas falar. Os pais acho que seriam os melhores pra encarar esse papel. A escola tem que fazer isso, claro, mas acho que é muito melhor pros filhos escutarem seus pais falando abertamente sobre isso. Como já disse, tudo que é reprimido faz mal. Pais reprimidos geram filhos insatisfeitos, que não sabem lidar bem com a área sexual.
Mas e quanto ao romance do começo do texto? Acham que eu me
esqueci? Rs. O amor é encarado de diversas formas por diferentes pessoas. O
amor é visto de diferentes formas por diferentes gerações. As gerações
literárias são um bom exemplo disso. A época do Romantismo, quando o amor era
algo idealizado, inatingível, muitas vezes, ou algo sofrido, distante. O
Realismo, quando as pessoas se cansaram de tanto romance água-com-açúcar, e
resolveram encarar o amor com praticidade. Razão antes de emoção. E, assim
sendo, como julgar o modo como o outro encara o romance? Cada um tem seu modo
de encará-lo. Mas é regra geral que o romance encanta a todos. O romance é uma
das poucas coisas que fazem com que o ser humano se admire e se encante com
algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo: o próprio ser humano. O romance
é se ver no outro, é se descobrir através do outro, é tentar melhorar através
do outro. Claro que isso tudo não é privilégio apenas do romance. Todo
relacionamento tem, ou deveria ter, um pouco disso. Mas estamos sim vivendo em
uma época diferente. Estamos vivendo em uma época onde o conhecimento é tão
importante, mas o conhecimento tem de gerar renda. O conhecimento tem de ter
utilidade para gerar dinheiro. E mesmo o conhecimento sobre o próprio ser
humano, como é o caso da Psicologia. E essa necessidade de produzir gera um
individualismo cada vez mais crescente. É um tal de cada um por si que faz com
que o ser humano perca a sua essência. E o ser humano se encanta quando se
depara com ele mesmo através do romance. Mas o romance geralmente é turbulento,
pois essa individualidade do ser humano faz com que ele não queira se adaptar,
não queira mudar para melhorar suas relações. E é essa a razão de muitos
problemas nos relacionamentos.
É preciso amar. É preciso amar como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar, na verdade não há. Não era isso que cantava a
canção? É preciso amar. É preciso se deslumbrar com o ser humano, seus
mistérios, seu poder. É preciso também buscar soluções aqui, na Terra, e deixar
para o Divino só o agradecimento por mais um dia. Agradecer por ser esse Ser
Humano, esse Ser feito à Imagem e Semelhança de Deus, portador da Inteligência
e Sabedoria Divina. É preciso usá-la, realmente!
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