No meu quarto bagunçado,
Abafo um dos meus sentidos
Com meus fones de ouvido
E ouço a música que me dá inspiração
Pra entrar no meu mundo de imaginação.
Fecho os olhos,
Tapo a boca
Pra abafar o grito
De ver-me perdido
Em outro mundo,
Sono profundo
Em consciência.
Os tons da música
São os tons da minha vida:
Às vezes acalma,
Às vezes agita
E a finalização é como acordar de um sonho,
Por um susto ser trago de volta à vida realista.
Eu sou prático
E pessimista,
Para alguns sou realista.
Sei me precaver,
Isso faz de mim um prevenido
Mas sou esquecido.
Perco milhares de guarda-chuvas
E vou-me embora molhado,
Lutando com o meu lado prático.
A música é o meu refúgio
Onde não preciso ser eu
E, sem minha identidade, eu crio,
Vou parindo e gerando muitos filhos
Que chamo de meus.
Carrego em meus ouvidos
Os meus sentidos.
Tateando as letras,
Vou lendo as frases
Que se transformam em palavras cheiradas
Rasgadas de uma página
Não comida.
Não me acho em minha poesia,
E, sem identidade,
Continuo viciado nessa busca nas minhas palavras mal
escritas.
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