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27 de janeiro de 2012

O Garoto e a Bolha

Não é muito difícil escrever uma história de cinema. Não, é fácil, aliás. E pode ser que você nem se toque que tudo começou por uma vontade inconfessada de que ela não ficasse na mesmice...

Ele sempre foi um garoto solitário. Vivia sozinho dentro do seu mundinho, sozinho compartilhando consigo mesmo os seus grandes segredos inconfessáveis, sozinho com sua grande imaginação e criatividade. Talvez ele não fosse triste. Acho que por muito tempo ele foi feliz trancado naquele mundo sutil, naquela bolha protetora, forte o bastante para o manter ileso dentro dela, mas fraca o bastante para não durar para sempre...

E, como era de se esperar, um dia essa bolha explodiu e o garoto foi jogado na vida. A vida era crua, nua. A vida era real! Não havia subterfúgios e como fugir de encará-la. Não dessa vez, em que não havia bolha para se refugiar. Para preencher o vazio que havia tornado a sua solidão ele foi buscando meios ilícitos, entrando em um mundinho assustadoramente oblíquo. A vida era crua, nua. A vida era real! Mas, mais do que isso, a vida era injusta. Era o que ele pensava.

O garoto aos poucos vai se tornando um cara e o cara aos poucos foi conseguindo acostumar-se um pouco à crueza da realidade. Mas a verdade mesmo é que o cara vai voltando aos poucos para dentro de sua bolha de proteção. Ele entendeu, finalmente, que ninguém pode salvar a sua vida a não ser ele mesmo. Preso dentro da bolha que insiste em se erguer ele vai tentando criar forças para enfrentar a vida. 


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