Primeiramente, é claro, gostaria de dizer que o signo de
Escorpião é um dos mais cercados de mistérios e mais incompreendido do Zodíaco.
No livro “A Astrologia do Destino”, Plutão, o regente de Escorpião, é estudado
minuciosamente e considerado com um dos detentores do Destino. Ele é comparado
às Moiras, ou Parcas, deusas da Mitologia responsáveis pelo fio da vida, pelo
seu fiar e pelo corte do fio (traduzindo, pelo nascimento e pela morte). Plutão
é o deus grego Hades, o deus dos Mortos e do Reino Subterrâneo e só esse fato
já faz com que Escorpião seja considerado a “ovelha negra” do Zodíaco. Vamos,
agora, desvendar um pouco sobre esse signo misterioso.
O mito que explica a constelação de Escorpião pode ser
conferido aqui http://portodoceu.terra.com.br/artesimbolismo/mitos-08.asp
mas vamos dar destaque à outros mito para entendermos melhor esse signo, como
por exemplo, a luta de Héracles com a Hidra de Lerna (http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=648057).
Como já visto, o caranguejo enviado por Hera quando Héracles estava lutando com
a Hidra é o caranguejo da constelação de Câncer, mas aqui iremos explorar a luta
em si. “A Górgona e a Hidra, que Héracles precisou enfrentar, são, parece-me,
imagens características da destrutividade com que Escorpião precisa lidar. A
Medusa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Medusa)
só pode ser degolada pelo poder da imagem refletida, pois quem a contempla
diretamente é sobrepujado pela própria escuridão que possui. Esse é um estado
psicótico, e não se pode encontrar símbolo melhor que a Górgona para o terror
cego e a paralisia encontrados em certas formas de psicose. Também existe uma
fórmula especial para vencer a Hidra que, como Medusa, é um ser semidivino, e,
assim como acontece com o surgimento do cavalo alado, o objetivo é
transformação, não eliminação ou repressão”.
“Essas duas lutas contra o dragão – a de Perseu com a
Górgona e a de Héracles com a Hidra – incorporam uma lição sobre o preparo e o
manejo do veneno reptilário que se encontra quando se cava fundo o bastante.
Nenhum dos dois monstros pode ser vencido só pela força bruta. São necessários
a reflexão e o fogo – entendido como a queima da intensa emoção interior, ou
como a luz da compreensão e da consciência. As duas criaturas são divinas e, em
última análise, não podem ser destruídas, embora possam se transformar. Quer
esses monstros descrevam a escuridão emocional com que tantos Escorpiões
precisam lutar, quer sejam projetados no mundo exterior na forma do mal e do
sofrimento que precisam ser expurgados do mundo, o daimon de Escorpião leva-o a um choque com tudo que é assustador,
escuro e destrutivo na vida. Muitos escorpianos doaram seus recursos à batalha
com o monstro na sociedade: Martin Luther (Sol em Escorpião), Gandhi (Escorpião
ascendente) e Freud (Escorpião ascendente) são apenas alguns que levaram a luta
contra o dragão a um nível que gerou mudanças na sociedade e na cultura. Porém
essa batalha tem sua expressão mais profunda dentro da pessoa, pois a Medusa e
a Hidra encontram-se nos pântanos e nas ruelas sujas da própria alma. Não ficam
enterradas – erguem-se e desafiam a pessoa, não uma, mas muitas vezes no
decorrer da vida; cada uma dessas ocorrências tem o poder de gerar um novo
fruto”.
O mito medieval de Fausto (http://pt.wikipedia.org/wiki/Fausto)
também é relacionado por Liz Greene ao signo de Escorpião e ela conclui a
descrição do signo falando sobre esse mito. “O anseio de Fausto torna-se sua
ruína. Seu anseio pelo outro mundo trouxe em seu rastro uma aversão pela vida,
de modo que ele estava à beira da autodestruição. É seu anseio igualmente
pertinaz pelas belezas do mundo precipitaram-no em reiterada ruína, dúvida e
miséria, culminando com a tragédia da morte de Gretchen. Seu erro foi ter feito
o pior dos dois mundos, seguindo cegamente o impulso de sua libido, como um
homem tomado por paixões fortes e violentas – Jung.
Nessa descrição imagino poder ver muito do daimon de Escorpião, que impulsiona
violentamente para cima e para baixo mas que, como imagem primitiva da luta com
o dragão, precisa confrontar e finalmente aprender a viver com essa imagem
vital e assustadora da vida instintiva, da qual a Górgona e a Hidra são faces
negativas. As elevadas aspirações de Escorpião que, como ressalta Jung, podem
levar à aversão pela vida, é sua poderosa sensualidade, desejosa de submergir
no mundo, são parceiros de cama extremamente incompatíveis. Entretanto, derivam
no mesmo cerne misterioso, metade sexualidade e metade espiritualidade, que
conduz Fausto em sua longa jornada. A difícil combinação de erotismo
espiritualizado e da espiritualidade erotizada é uma tarefa difícil para Escorpião.
Não é de surpreender que tantos escorpianos pareçam reprimir ou sublimar um dos
dois, desesperados porque não há reconciliação possível”.
Mas a minha conclusão é retirada do livro “As doze casas” de
Howard Sasportas, no qual ele explica um pouco sobre o ascendente Escorpião,
mas, de uma forma geral, explica bastante sobre a luta desse signo com o
interior “lamacento”.
“Escorpião Ascendente está relacionado ao oitavo trabalho de
Hércules. O herói tem que achar e destruir a Hidra, um monstro de nove cabeças
que vive numa caverna no fundo de um pântano tenebroso. Primeiro ele tenta
matar a besta enquanto ela ainda está na água, mas toda vez que lhe corta uma
cabeça aparecem mais três em seu lugar. Finalmente Hércules lembra dos
conselhos de seu mestre: "Nós nos elevamos ajoelhando-nos, conquistamos
nos rendendo e ganhamos, desistindo". Hércules então ajoelhou no pântano e
levantou a Hidra por uma de suas cabeças tirando-a da água (emoções) para o ar
(intelecto). Afastada da água, a Hidra imediatamente começa a perder seu poder
e sua agressividade. Hércules corta todas as cabeças mas aí aparece uma décima,
na forma de uma jóia preciosa que ele enterra debaixo de uma rocha.
Essa história liga-se estritamente com a dinâmica de
Escorpião Ascendente. De alguma maneira, quem tem Escorpião Ascendente tem que
confrontar e combater o que é obscuro, tabu, oculto ou destrutivo. Alguns
enxergarão a besta externamente e lutarão com o que é obscuro e maligno
"lá fora". Para outros, a Hidra se esconde no fundo de suas próprias
psiques, simbolizando emoções destruidoras tais como ciúme, inveja, avareza,
luxúria ou ânsia de poder.
Hércules teve sucesso ao destruir a Hidra tirando-a do
pântano e levantando-a no ar. Da mesma maneira, Escorpião Ascendente precisa
levar para a luz da consciência aquilo que é obscuro e oculto dentro de si. Se
a energia de Escorpião é reprimida, ela fervilha por baixo, envenenando a
psique e produzindo um mau cheiro que impregna a atmosfera entre as pessoas. No
entanto, quando a força total dessas emoções é liberada de forma desregrada,
seu poder de destruição pode não ser suportado.
Existe uma terceira alternativa: em vez de reprimir o lado
Escorpião da natureza, ou soltá-lo integralmente, é possível reconhecer os
sentimentos envolvidos e depois transformá-los ou canalizá-los de maneira
construtiva. Como a jóia que aparece quando a Hidra é destruída, os complexos
negativos podem ser transformados em algo precioso. Muitos artistas produziram
seus melhores trabalhos reestruturando suas paixões, iras ou desacertos em
alternativas criativas.
A cobra muda de pele quando, crescida, a pressão interior
torna a pele velha pequena demais. O vulcânico Escorpião Ascendente acumula a
pressão interior até ocorrer uma explosão liberante e renovadora. Seja por
livre escolha ou por coerção, Escorpião Ascendente derruba e remove velhas
formas e estruturas, de modo que novas possam ser edificadas”.
vc tah flando do ascendente em escorpião ou qm tem sol no mesmo?
ResponderExcluirDo signo de uma maneira geral. A última parte fala sobre o Ascendente Escorpião mas traz bastante sobre o destino de Escorpião, seja ele o signo solar ou no ascendente.
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