Touro, o segundo signo do Zodíaco, possui três mitos (ou
três “touros”) que reivindicam a sua constelação. Os dois primeiros mitos podem
ser conferidos no site Porto do Céu : http://portodoceu.terra.com.br/artesimbolismo/mitos-02.asp
e http://portodoceu.terra.com.br/artesimbolismo/mitos-02a.asp
e o mito do touro de Creta, ou Minotauro, pode ser conferido no site InfoEscola
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/minotauro/.
“Mas o que é o touro, o símbolo do poder que precisa ser
dedicado ao Deus? Já vimos, nas imagens de Áries, que o carneiro está associado
ao Deus oculto, ao poder e potência fálicos e à onipotência do Pai. O touro é
um animal totalmente diferente. Não é de fogo; é de terra e, embora esteja
associado à fertilidade da terra, esta não é igual à fértil criatividade do
céu. O conto budista de domesticação do touro (às vezes retratado como boi)
mostra um homem em vários estágios de desenvolvimento, em que precisa aprender
a domar o touro recalcitrante, até que finalmente homem e touro desaparecem e
revelam-se como partes da mesma unidade divina. O touro não é mau, mas quando
ele dirige o homem pode levá-lo a destruição, porque nesse caso o homem fica à
mercê de seus desejos. Mas a repressão também não é a resposta. Homem e touro
precisam executar uma dança onde um respeite o outro. Essas imagens orientais
retratam o problema da relação entre o ego e os instintos, problema que jaz no
âmago do padrão de desenvolvimento de Touro.” Isso explica muitas das
características atribuídas aos taurinos, tais como a possessividade, a extrema necessidade
de ter seus desejos (sexuais, alimentares, e outros) satisfeitos. Daí advém sua
necessidade de dinheiro e seu apego a ele, para satisfazer seus instintos e
seus desejos.
O signo de Touro é regido por Vênus, o planeta da deusa
grega do amor, Afrodite. Essa regência explica a sensualidade natural e o lado
passional e destruidor do aparentemente calmo taurino. “As dádivas de Afrodite,
entretanto, são uma faca de dois gumes. Por um lado, as artes do amor e a
satisfação do desejo podem unir homem e mulher na sexualidade harmoniosa e na
vida conjugal feliz. Porém, por outro lado, podem gerar rivalidades, ciúmes e
paixões que ameaçam seriamente as relações entre as pessoas, grupos étnicos e
até nações. Assim, a paixão de Minos pelo touro sagrado leva à paixão
arrasadora de sua esposa por esse mesmo touro, e o mesmo monstro que daí
resulta torna-se um cancro corroendo o reino por dentro. Até a vaca, que parece
ser uma criatura tão pacífica, pode levar ao caos e à destruição.”
Curiosamente, quem explica a criatividade e praticidade desse signo é o marido
constantemente traído pela sua esposa Afrodite, Hefesto (ou Vulcano, no latim),
o ferreiro divino coxo e feio. “De acordo com a história, ele era tão fraco e
doentio quando nasceu que sua desgostosa mãe Hera o jogou das alturas do Olimpo
para livrar-se do embaraço causado pelo filho lamentável. Tenho visto esse
triste padrão no começo da vida de muitos taurinos, cujas famílias esperavam
algo mais espetacular, mais brilhante, mais exuberante que a criança vagarosa e
terrena que o taurino muitas vezes é.”
Finalizando: “É um casamento curioso, entre a bela,
indolente e travessa Afrodite e seu marido feio, deformado porém talentoso. Ela
despreza sua feiura e é eternamente infiel a ele, mas não pode se separar dele.
Acho que esse par de figuras forma um centro inquieto no signo de Touro, pois
reúne aí a parte do signo que possui a maravilhosa perícia, poder e
engenhosidade de Hefesto, mas que é lento, desajeitado e sem encanto; e também
a parte que personifica a beleza e que despreza sua própria imperfeição física.
Quer os taurinos exteriorizem esse estranho casamento através de um parceiro
real, quer ele constitua um conflito interior entre o idealismo e a rusticidade
do signo, o casamento é um dado, uma espécie de destino. Talvez o ego precise
chegar a um acordo com o touro bestial; mas o próprio touro está dividido entre
a grosseria e a graça, e essas três partes compõem o daimon que impregna esse signo enganadoramente simples.”
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