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26 de dezembro de 2011

Sobre homofobia e seus afins



Temos a seguinte situação: um cara gosta de outro cara. Normal, não? Tá, mas se você não acha normal ou coisa do tipo por que você se irrita tanto quando vê dois caras se beijando, se abraçando ou trocando qualquer outra forma de carinho? Poxa, isso te machuca? Dói? Por que isso te dá tanta raiva? Realmente, isso é uma coisa que eu gostaria de entender.

Quem foi a “isca” dessa situação, ou seja, o cara que gosta de outro cara vem a saber, com o tempo, que não pode exigir que as pessoas aceitem que ele realmente gosta de caras. Mas respeito é obrigação de todo mundo. Claro que você não precisa olhar dois caras se beijando e achar a coisa mais fofa do mundo mas você não tem direito algum de agredi-los ao ver essa cena. E, sinceramente, não teria razão para você fazer isso. Não tá gostando? Ué, sai de perto! Mas, claro, tem sempre o “defensor da moral e dos bons costumes” que argumenta que tem crianças perto e isso não é uma coisa boa de ser vista por elas e blá, blá, blá. Isso explica uma coisa que está na cabeça de todo mundo: a tal coisa de “virar” homossexual. Afinal, só pode ser isso pois as crianças veem adolescentes, adultos e idosos se beijando nos parques, praças e shoppings o tempo todo! E o pai preocupado que bota os filhos pra correr quando vê dois caras se beijando é porque tá se cagando de medo de que os seus filhinhos tornem-se um deles. E, me diz, que pai quer ter um filho que vai sofrer essas mesmas atitudes que esses pais preocupados tem quando veem dois garotos ou duas garotas se beijando? Nenhum! Isso, realmente eu entendo só não concordo.

Acho que quase todos os homossexuais já passaram por uma fase que esperavam que essa coisa de “virar” fosse verdadeira para que “virassem” heterossexuais e pudessem se encaixar no perfil que a sociedade exige. Alguns crescem e percebem que nem olhando um menino e uma menina se beijando e muito menos observando esses mesmos fazendo sexo é possível virar algo que não se é. Dá pra fugir da cor da sua pele? Sabemos que não (não vale falar do Michael Jackson, né? Ele tinha vitiligo). E, assim como não dá pra fugir da cor da pele, não dá pra fugir da nossa sexualidade. Então, pais preocupados, relaxem! Seus filhos não vão querer “virar” homossexuais observando os mesmos a não ser que, lá no fundinho, já tenha uma sementinha gay brotando. Mas aí é outra história...

Mas acho que estou fugindo da parte da raiva apesar de que tem uma situação que eu consiga entender. A situação do “justiceiro de Deus”. Acredito que todos sabem da história de que Deus criou o homem para a mulher, criou o Adão para a Eva (ou seria o contrário?), não é? E essa história é a justificativa para a raiva descontrolada que os “justiceiros de Deus” e também os “defensores da moral e dos bons costumes” usam para descarregar seu ódio nos coitados dos carinha que se gostam. O pior é quando os “defensores da moral e dos bons costumes” são políticos. Sabendo que os “justiceiros de Deus” odeiam a raça dos “que desrespeitam a história de Adão e Eva” eles tentam fazer com que nenhum direito seja concedido aos “desrespeitadores”. Os “justiceiros de Deus” matam, espancam e maltratam para fazer com que a Lei de Deus seja respeitada aqui na Terra.

Mas, e os que não são pais preocupados, que não são “defensores da moral e dos bons costumes” e nem “justiceiros de Deus”? Ah, meu caro! Esses eu ainda concordo com os psicólogos que falam que é desejo reprimido. Mas, pra mim isso tem outro nome: inveja!  



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