O quinto signo do Zodíaco é o signo de Leão. “O signo de
Leão, como o de Touro, é falsamente simples. Acostumamo-nos às descrições do
espécime majestoso e barulhento do folclore popular, e poderíamos facilmente
acreditar que esse signo não tem nenhum significado profundo além da
manifestação extrovertida e exibicionista do vigor da vida.” Liz Greene percebe
um padrão diferente acerca desse signo. “Há muito tempo estou convencida de que
Leão, regido pelo Sol e consequentemente associado ao mistério da individualidade
e do caminho “predestinado” da maturação individual, não trata realmente da
“criação” de algo que possa ser aplaudido pelos outros. Num nível mais
profundo, parece descrever o desenvolvimento da essência da pessoa ímpar e da
busca de sua origem.” Ela percebe, através de suas experiências, que a
principal criação de Leão “... deve ser ele mesmo.”
O mito do signo de Leão pode ser conferido aqui http://portodoceu.terra.com.br/artesimbolismo/mitos-05.asp.
“O leão também está associado à concupiscência e ao orgulho. [...] O leão,
porém, pode ser domesticado e reagir à atenção do homem – a realeza egípcia e a
persa tinham leões como bichos de estimação – e estamos diante de algo muito
mais próximo da consciência: as paixões nobres do coração. Héracles e o leão,
sem dúvida, foram imaginados de acordo com o antigo padrão de homem combatendo
a besta, porém esse herói veste a pele do animal que matou. Dessa forma ele se
torna semelhante ao leão, mas as paixões inflamadas estão agora contidas. [...]
O emblema da realeza, no sentido mais profundo, está associado a essa
capacidade de lutar com as paixões. O homem que é incapaz de conter seus
impulsos belicosos não pode governar os outros nem servir-lhes de exemplo.”
“Creio que nenhum astrólogo vai discordar que essa
apaixonada belicosidade é característica de Leão. Porém, o leão é um estágio de
um processo, como sugere Jung; e é esse processo ou padrão que nos leva à
esfera do “destino” de Leão. [...] Ao leão não é permitido permanecer na forma
bestial, que deve dar lugar a outra coisa. [...] É um processo doloroso para o
Leão, cujo coração infantil fica profundamente ferido pelas reações de seus
pares aos excessos que comete. Sua “intenção foi a melhor”, mas de alguma forma
parece que os outros não gostam; no mais das vezes ficam zangados. Se o próprio
Leão não captar a importância do processo, a vida tende a ensiná-lo mais ou
menos à força que um leão não pode andar solto por aí entre os homens sem algum
tipo de retaliação. Com mais criatividade, o Leão decide empreender sua busca
por vontade própria, e é por essa razão que o mito que associo mais intimamente
a este signo é a história de Parsifal (pode ser conferida aqui http://www.infopedia.pt/$parsifal-cavaleiro-da-tavola-redonda).
As insensibilidades percebidas no texto são explicadas por Liz Greene em
relação à Leão: “Acredito que essa ingênua falta de jeito seja parte integrante
do Leão jovem ou imaturo, assim como a condição de orfandade; entretanto,
apesar dessa falta de jeito, é o escolhido do destino para ter a visão d Graal
antes de estar pronto para entendê-la. O que quer que seja o Graal – um senso
de destino pessoal, o sucesso precoce, a espiritualidade jovem – parece que
chega cedo para Leão, não através do esforço, mas muitas vezes através dos dons
naturais e da intuição deste signo. Mas em seguida ele se perde, porque o senso
de seu significado ainda não foi aprumado, e o ego reivindica para si o
sucesso. Portanto, é preciso que ele seja encontrado novamente na consciência,
em geral por meio de muita dificuldade.”
Depois de passar muitas dificuldades em diversas
experiências, Parsifal consegue compaixão e sabedoria e consegue finalmente
encontrar o Graal. “Creio que o mais profundo impulso de Leão é essa procura do
Self do valor centra da vida [...]
Dessa forma, Leão, geralmente apresentado como um extrovertido exibicionista, é
interiormente motivado por um impulso profundamente espiritual.”
“Leão, como Capricórnio, vive muitas vezes essa decepção com
o pai pessoal, que parece – e geralmente é mesmo – “ferido”, impotente de algum
forma, espiritualmente “aleijado”, incapaz de fornecer uma visão amparadora da
vida como experiência significativa e enriquecedora.” Isso explica essa busca
espiritual de Leão.
A conclusão vem através da análise do mito do regente do
signo: Apolo, o deus do sol. “Apolo não é um deus de mulheres. Na verdade, não
tem muita sorte com as mulheres que corteja, pois geralmente tem um rival mais
bem-sucedido que ele. Muitas vezes esse é o padrão de Leão, capaz de ter muitas
admiradoras que o adoram, mas muitas vezes incapaz de conseguir o objeto
desejado. Creio que Leão não é o mais fácil dos signos para as mulheres, visto
que sua essência está tão nítida e brilhantemente associado ao reino dos fogos.
Talvez seja por isso que muitas mulheres de Leão pareçam manifestar a leoa, a
face mais emotiva do signo, em vez de se engajarem na longa luta para alcançar
o senso de significado interior que Parsifal simboliza. Parsifal não pertence
exclusivamente nem a homens, nem a mulheres, pois a individualidade não é
prerrogativa de nenhum dos dois; tampouco o é o problema de redenção pela
compaixão e da compreensão de uma fonte mais profunda que é a verdadeira
criadora da personalidade.”
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